segunda-feira, 23 de março de 2009

Deixando-se ficar....

Deixando-se ficar....

O arrolhar de pombas inconfundível adormecia a tarde, envelhecia as folhas,
solicitava brevidade dos ninhos...Estava quente e uma chuva pronunciava-se
na colina agitando ciprestes e o capim elefante, Martha envolta em sonhos

e uma anágua azul desejou encarnar a umidade do pasto e ser nuvem ainda
que para derramar-se sobre o tapete de jovens armadilhas...
O vendaval trouxe o já sabido gosto pelas corredeiras. Pedras gemiam e transpiravam o odor do passado que ela agora sorvia em pausada agonia..
Por que ? Na manhã estivera satisfeita com a vida que a levava como mansa canoa em suas águas...
Olhar perdeu-se entre o verde e a maciez do manto cinza de nuvens.
Num piscar descuidado aproximou-se do desterro..
Um bem-te-vi cruzou o céu em busca de abrigo, Logo outro e mais dois...
Levaram consigo pensamentos e uma dourada luz pousou nas ávidas mãos vazias....
* virgínia além mar - AVBL

Um comentário:

  1. Vica querida,
    Seus textos e poemas fascinantes sempre me encantam.
    Parabéns sempre!
    Muito carinho de sua admiradora e manamiga
    Vânia

    ResponderExcluir

comentários são bem vindos, grata!