sexta-feira, 15 de maio de 2009

otium -Bom final de semana !

"euthymia” -

Bom final de semana !

Não só a criação é poética. Também a contemplação é poética. - M.Heidegger



na tranquilidade
chronos não me fere
usufruo de kairós
e da eternidade - virgínia

O ideal grego de ócio chegou a Roma por meio das obras de Aristóteles,
Platão e Epicuro.
Um dos primeiros romanos a se dedicar ao estudo do ócio foi Sêneca.
Para Sêneca , a simplicidade é considerada uma virtude, e a vida, tranqüila

e contemplativa.

A serenidade deve ser cultivada como uma aspiração da alma e ausência de inquietação, próxima do ser divino. O cultivo da mente através da meditação deve ser um dos objetivos do homem para que possa viver em harmonia. Os gregos chamavam este equilíbrio da alma de “euthymia”, cuja interpretação

se aproxima do conceito de “tranqüilidade”. Alguns filósofos da modernidade também refletiram sobre a necessidade do ócio para o homem.

Nietzsche inicia o prefácio de sua obra Crepúsculo dos Ídolos ressaltando a serenidade como um meio para se atingir o êxito na vida. Afirma que “o ócio

é o começo de toda a psicologia”.

Em outra obra, Nietzsche declara a necessidade do homem vivenciar o ócio,

pois está estreitamente relacionado à contemplação. O filósofo denuncia
que “por falta de tranqüilidade a nossa civilização se transformou numa nova barbárie”.

Há uma valorização excessiva das atividades em detrimento de momentos contemplativos,
“em nenhum outro tempo os ativos, isto é, os intranqüilos, valeram tanto”.

Nesse contexto, muitos eruditos se igualam aos “homens ativos”, pois

valorizam essa espécie de fruição precipitada; “os eruditos se envergonham
do otium (ócio)”

Nietzsche prossegue fazendo uma ressalva:
Se o ócio é realmente o começo
de todos os vícios, então ao menos está bem próximo de todas as virtudes; o ocioso é sempre um homem melhor do que o ativo – Mas não pensem que, ao falar de ócio e lazer estou me referindo a vocês, preguiçosos .

Os homens ativos rolam como pedra, conforme a estupidez da mecânica –

Todos os homens se dividem, em todos os tempos e também hoje, em
escravos e livres; pois aquele que não tem dois terços do dia para si é
escravo, não importa o que seja: estadista, comerciante, funcionário ou
erudito. - Nietzsche .

Russell outro filósofo da modernidade, em suas obras, aproximou-se da questão do ócio (ele diz que foi educado conforme os “preceitos do provérbio alemão segundo o qual o ócio é o pai de todos os vícios”. O filósofo revela que passou a vida inteira trabalhando arduamente por ter acreditado nesse preceito. Apesar disso, faz um “elogio ao ócio”, por considerá-lo necessário ao equilíbrio humano.

“o prazer real e permanente é a serenidade. Nada produz tanta tranqüilidade como fazer poucas coisas, não se meter em ações desagradáveis e não ir além das próprias forças” Epicuro

Cabe ao homem aprender a vivenciar o ócio, contemplar , admirar e vivenciar kairós - tempo qualitativo que se opõe a chronos - tempo quantitavivo) e reinventar-se ...

Um comentário:

  1. Grata Vi querida,
    É sempre uma satisfação enorme, passar por aqui antes de dormir...um alimento precioso para minha alma...que me tras a tranquilidade para começar o dia de bem com a vida...
    Delicioso o texto e teu poemeto!!
    Grata pela generosidade do teu compartilhar
    Poeta Estrelinha
    Um final de semana Iluminado...recheado de alegrias e belas inspirações...
    beijinhos de super carinho...da Li que te
    quer muito bem

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