Caríssimo escritor A.Augusto Bandeira um privilégio
ler-te, adorei reler esta cônica sobre Marrocos, sem dúvida é palco de "
revivermos" nossas fantasias que preenchem mais de "Mil e uma noites" um lugar
que vale a pena voltar...apesar de alguns dizerem que o bom viajante n. retorna
ao mesmo destino...
meu aprêço, agradecimento e carinho tua
leitora e amiga
virgínia vicamf ( espero que gostes da ilustração) sds literárias
Crônica de Antonio Augusto Bandeira ( Porto Alegre RS BR)
Estamos em Marrakech, a cidade cor
de rosa. Todos edifícios e casas pintadas de cor de rosa, explicação que
ouvíamos em virtude do Monte Atlas, neve eterna no cume e o deserto, foi
escolhida a melhor cor para os olhos.
À noite fomos a tão falada e
esperada festa fantasia que outros andantes nos haviam recomendado aqui na santa
terrinha.
Naturalmente as pessoas que me conhecem, sabem que uma
das minhas muitas virtudes é ser modesto. Todavia tenho que reconhecer que
estava bonito para caramba.Com aquela vestimenta árabe, com capuz e tudo,
chinelinho e uma espécie de touca vermelha na cabeça, cigarrinho na boca, beleza
pura.
Fomos de ônibus para o deserto.Recebidos por cavaleiros
árabes, dançarinas, tendas estilo mil e uma noite de filmes coloridos, jantar
maravilhosos com excelente vinho marroquino que só os turistas bebem, pois o
Corão proíbe bebida alcoólica, tudo para encher os olhos de inglês e muito mais
brasileiros do sul. Foi divertido.As dançarinas faziam movimentos sensuais e
derrubavam os turistas dançando em cima deles, Faziam sons estranhos com a
língua. Uns blá, blá...Só vendo, pois dica difícil transcrever.
No final todos fomos para um picadeiro assistir
cavaleiros árabes fazerem proezas com os cavalos.Os caras, com os cavalos a
todas, ficavam esticados como corpo de fora, pendurados no estribo por um pé
só.Terra-cavalo. Loucuras. Nos encerramentos os cavaleiros vieram em direção aos
turistas e derem uma descarga de pólvora seca.
Uma senhora festa!
Na volta estávamos todos alegres. A festa, o vinho, as
danças, os cavalos, o deserto e as tendas davam uma sensação de
encantamento.
No ônibus, com soí acontecer, os pouco brasileiros
ficaram na parte do fundo.Na cozinha.Na frente iam os argentinos, os canadenses,
os australianos, os espanhóis e o guia acompanhante marroquino. A noite estava
agradável e quente.
O guia e o sujeito tinha boa voz, começou a cantar.
Músicas francesas, americanas, tangos argentinos, sambas brasileiros. E todos
cantavam juntos. Só que depois dos sambas, a “cozinha” dos brasileiros começou a
puxar musicas de carnaval. E assim foi que em plena Marrakesch , se
ouvia:
“Allah, Allah, meu bom Allah, mande
água para iaia, mande água para ioio, Allah, Allah, mas que calor,
oooooo...”.
( do livro Crônicas em Folhas
Brancas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários são bem vindos, grata!