Com a lua na rua ...
No silencio das vinte e três horas nem a brisa ousou comparecer, a lua soberana ganhava alturas e o destino dos olhares ...
Foi no apagão de uma terça feira que a espuma de sombras enveredou-se nas ruas...
Uma palmeira assombrava com sua cabeleira o banco vazio.
Dos sofás nenhum ruído ou suspiro ouvia-se além das chamas de poucas velas em lágrimas quentes, Quente também era o hálito da noite em despedida do verão.
Algodoadas nuvens rodeavam a mansidão criando halo colorido no luar de quase meados de março, já abrilhando as paineiras da cor do mais pálido ruge..
Dos quintais úmidos vapores erguiam-se como das entranhas do verso a compor..
Crianças dormiram mais cedo, os aparelhos televisivos, computadores, ventiladores,
ar condicionados e geladeiras estavam de férias coletivas deixando ao total abandono a população inconformada.
Foi a mais linda noite de luar que presenciei na cidade, se fosse uma criança acharia que meus mais profundos desejos de escuro haviam sido atendidos, mas como sou poeta sorrio e pisco pra lua, em delicada cumplicidade ...
* virgínia além mar - 11 de março 09-
Publicado no Recanto das Letras em 13/03/2009Código do texto: T1483901
e AVBL -
mas como sou poeta sorrio e pisco pra lua, em delicada cumplicidade ...
ResponderExcluirEsta é sim uma grande poeta, sorri e pisca para o luar, que coisa mais linda você teceu de sua alma, meus cumprimentos, com admiração,
Efigênia
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